quarta-feira, 18 de maio de 2011

Filosofia política - parte I

Segundo o Wikipédia, Filosofia política é o campo da investigação filosófica que se ocupa da política e das relações humanas consideradas em seu sentido coletivo.
Normalmente, a Filosofia Política trata sobretudo das idéias e dos conceitos políticos, diferenciando-se da Ciência Política que faz abordagens mais relacionadas às estruturas e aos processos dos nossos sistemas políticos.

É comum que numa conversa sobre política se chegue, rapidamente, à conclusão de que ela nada tem a ver com a ética, em outras palavras, que o poder político e suas realizações não se conduzem por princípios e valores voltados aos interesses coletivos, mas sim, por interesses utilitários de ordem individual ou corporativa, do tipo: “Mas... o que eu ganho votando em fulano?”, ou “Votem em mim e eu lhes darei privilégios...”.
Essa é a percepção que o senso comum da sociedade tem da política, e seria profundamente ingênuo afirmar que a política não passa por esses descaminhos. No entanto, não é menos ingênuo e preocupante o fato de aceitarmos tão rapidamente essa perspectiva exclusivamente negativa da política como algo óbvio, natural e inelutável.
Em geral, as conversas sobre política enveredam por caminhos que podem parecer interessantes, mas que no fundo são pouco produtivos e frustrantes. Isso se dá porque, estimulados pelos acontecimentos e pelas notícias da imprensa, fazemos questionamentos e afirmações sobre a honestidade ou desonestidade dos políticos; sobre seus salários; negociações supostamente ilícitas; sobre os partidos; tendências; alianças questionáveis; sobre quem será candidato; sobre um projeto que está tramitando e suas possíveis conseqüências. Quase sempre estamos reproduzindo, diga-se de passagem, com poucos ou insuficientes dados e questionamentos, informações veiculadas pelos jornais, pelas rádios ou telejornais, e mesmo aquelas que circulam pela internet.
Os regimes democráticos são exceção no espaço e no tempo. Este fato fortalece o argumento de que a natureza humana é individualista e egoísta. E, portanto, democracia e república seriam regimes inatingíveis em termos práticos, porque exigem que os interesses públicos estejam acima dos interesses privados. Logo, democracia e república só podem ser pensadas e efetivadas a partir de uma educação intensiva e extensiva capaz de superar o individualismo egoísta em prol da cidadania ativa.
Temos que reconhecer, porém, que a modernidade trouxe conquistas fundamentais como a valorização da subjetividade e da liberdade individual. Contudo, ainda não conseguimos equacionar a liberdade individual com a necessidade do exercício da cidadania e da constituição de uma esfera pública que viabilize a coexistência entre ética e política.
Vivemos uma era onde os direitos humanos e políticos conquistados não garantem os direitos sociais mais elementares para a grande maioria das pessoas.
No plano das relações internacionais, os recentes acontecimentos, como guerras de invasão, ações terroristas estatais ou não, desrespeito aos direitos humanos, nos demandam uma série de questões sobre o sentido do poder, da soberania, da democracia, da liberdade e da tolerância.
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3 comentários:

PapoBacana disse...

ricardo obrigada pelo carinho lá no meu blog..

ainda estou aguardando aquele texto de epicuro...rsrs


abraços..

Anónimo disse...

Boa noite Ricardo,
Sou Portuguesa e passei, casualmente, pelo seu blog.
Gostei da forma como se define:é mesmo das filosofias. dizem, contradizem, são antípodas...!!!
Sou professora de História e também gosto muito de escrever.
Parabéns!
Abraços com luz.

afectosecumplicidades.blogspot.com

Véio Chico disse...

Isquizitu...