sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A morte de Deus

"Deus está morto! Deus permanece morto! E quem o matou fomos nós! Como haveremos de nos consolar, nós os algozes dos algozes? O que o mundo possuiu, até agora, de mais sagrado e mais poderoso sucumbiu exangue aos golpes das nossas lâminas." Friedrich Nietzsche


Como matar o "imatável"? Como destruir o "indestruível"? Como matar o que nunca se viu, nem se tocou, nem sentiu o cheiro, nem se ouviu... há àqueles que dizem que o sentem. Mas sentem como? Eles não explicam!
Aí eu pergunto: - Será que algum dia Deus esteve vivo? Será que já existiu? Precisamos dele para existirmos ou ele precisa de nós para existir?
Nem Nietzsche com o seu Zaratrusta conseguiu sanar essa questão. Ele simplesmente logrou um caminho diferente, genial, extremamente ousado e filosoficamente fantástico.

"Deus está morto" é talvez uma das frases mais mal interpretadas de toda a filosofia, vista apenas como uma simples declaração de ateísmo, demonstrando uma análise descontextualizada da frase.
O dito, na verdade, anuncia o fim dos fundamentos transcendentais da existência, de Deus como justificativa e fonte de valoração para o mundo, tanto na civilização quanto na vida das pessoas. Assim, a morte de Deus abriria caminho para novas possibilidades humanas. Os homens, não mais procurando enxergar uma realidade sobrenatural, poderiam começar a reconhecer o valor deste mundo. Assumir a morte de Deus seria livrar-se dos pesados ídolos do passado e assumir sua liberdade. Essa possibilidade seria de uma responsabilidade tão grande que Nietzsche acreditava que muitos não estariam dispostos a enfrentá-la. É muito mais fácil se apoiar em mitos, deuses e coisas transcendentais do que enfrentar a própria realidade.

Por isso, tenho certeza de que esse "pensar nietzscheano" correrá muito ainda através dos tempos...
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